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Cismar |
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Fala-me, anjo de luz! és glorioso À minha vista na janela à noite, Como divino alado mensageiro Ao ebrioso olhar dos froixos olhos Do homem que se ajoelha para vê-lo, Quando resvala em preguiçosas nuvens Ou navega no seio do ar da noite. Romeu
Ai! Quando de noite, sozinha à janela, Co'a face na mão te vejo ao luar, Por que, suspirando, tu sonhas donzela? A noite vai bela, E a vista desmaia Ao longe na praia Do mar!
Por quem essa lágrima orvalha-te os dedos, Como água da chuva cheiroso jasmim? Na cisma que anjinho te conta segredos? Que pálidos medos? Suave morena, Acaso tens pena De mim?
Donzela sombria, na brisa não sentes A dor que um suspiro em meus lábios tremeu? E a noite, que inspira no seio dos entes Os sonhos ardentes, Não diz-te que a voz Que fala-te a sós Sou eu?
Acorda! Não durmas da cisma no véu! Amemos, vivamos, que amor é sonhar! Um beijo, donzela! Não ouves? No céu A brisa gemeu... As vagas murmuram... As folhas sussurram: Amar! |
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Autor: Manuel Antônio Álvares de Azevedo |
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» Dados sobre o Poema |
Título |
Cismar |
Autor |
Manuel Antônio Álvares de Azevedo |
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