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Idéias Íntimas XIV |
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Parece que chorei . Sinto na face Uma perdida lágrima rolando. . . Satã leve a tristeza! Olá, meu pajem, Derrama no meu copo as gotas últimas Dessa garrafa negra... Eia! bebamos! És o sangue do gênio, o puro néctar Que as almas de poeta diviniza, O condão que abre o mundo das magias! Vem, fogoso Cognac! É só contigo Que sinto?me viver. Inda palpito, Quando os eflúvios dessas gotas áureas Filtram no sangue meu correndo a vida, Vibram?me os nervos e as artérias queimam Os meus olhos ardentes se escurecem E no cérebro passam delirosos Assomos de poesia. . . Dentre a sombra Vejo num leito d'oiro a imagem dela Palpitante, que dorme e que suspira, Que seus braços me estende. . . Eu me esquecia: Faz?se noite, traz fogo e dous charutos E na mesa do estudo acende a lâmpada... |
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Autor: Manuel Antônio Álvares de Azevedo |
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» Dados sobre o Poema |
Título |
Idéias Íntimas XIV |
Autor |
Manuel Antônio Álvares de Azevedo |
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